Publicado em 22 de março de 2024 às 16:19
Na próxima semana, o presidente da França, Emmanuel Macron, fará uma visita de alguma dias ao Brasil para tratar de temas relacionados ao meio ambiente, defesa economia e política. No roteiro que inicia na próxima terça-feira, 26, com a chegada em Belém, no Pará, capital da COP 30, o presidente francês também fara passagens pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.>
Macron chega na capital paraense, que em 2025 sediará a Conferência Mundial sobre o Clima (COP30) e será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira, 26. Com uma agenda restrita a temas ligados ao meio ambiente, Macron e Lula terão uma reunião bilateral em um navio na Ilha do Combu, onde também farão uma visita a uma fábrica de chocolates artesanais. Também é esperada a presença do governador do Pará Helder Barbalho, na programação.>
Segundo a secretária de Europa e América do Norte, Maria Luísa Escorel, Lula mostrará a Macron a complexidade da realidade amazônica.>
— Não é só uma grande floresta, mas um local onde há uma grande população que depende da Amazônia para sua sobrevivência — explicou.>
À noite, em voos separados, os dois presidentes vão para o Rio de Janeiro. Na manhã de quarta-feira, 27, eles irão juntos, de helicóptero, até Itaguaí, para o lançamento do terceiro submarino produzido em parceria entre os dois países. A embarcação será inaugurada pela primeira-dama Janja Lula da Silva.>
Ainda no dia 27, Lula voltará para Brasília e Macron viajará para São Paulo. Ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, o líder francês participará de uma reunião com empresários dos dois países.>
O Brasil espera, além de atrair mais investimentos franceses, aumentar as exportações brasileiras para a França. Ano passado, a balança de comércio bilateral registrou um déficit de US$ 2,6 bilhões.>
Macron fará um discurso voltado aos empresários. Em seguida, vai inaugurar o Instituto Pasteur, na USP.>
À noite, o presidente da França irá a um jantar, em um restaurante cujo nome ainda não foi divulgado, com membros da comunidade francesa, artistas e grandes nomes da cultura brasileira. O teor da lista de convidados é desconhecido no momento. Após o encontro, o deslocamento de Macron – que costuma associar sua imagem a alguém que ama exercícios físicos -- será a pé.>
Já na quinta-feira, 28, Emmanuel Macron será recebido por Lula com honras de chefe de Estado, no Palácio do Planalto. Há 30 atos em negociação e a expectativa é que os presidentes assinem em torno de 15 documentos, entre memorandos de entendimento e protocolos de intenções. Um deles é o relançamento da parceria estratégica entre Brasil e França, que foi paralisada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.>
Na visita a Brasília serão tratados assuntos bilaterais, regionais e multilaterais. A situação na Venezuela e no Haiti, as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio e o fortalecimento da extrema direita no mundo são alguns exemplos.>
Um assunto delicado que deve entrar na conversa é a resistência da França em aprovar o acordo de livre comércio e União Europeia. Maria Luísa Escorel disse que, no momento, as conversas estão pausadas, mas reforçou a posição do Brasil de que quem negocia com o Mercosul não é um país, mas a União Europeia.>
— Houve uma pausa nas negociações, mas os técnicos continuam se falando. Essa negociação com o Mercosul é com a Comissão Europeia, e não com países individualmente – afirmou Escorel.>
Após a reunião no Palácio do Planalto — seguida pela assinatura de atos e uma declaração à imprensa — Macron será homenageado com um almoço no Itamaraty. Depois, na parte da tarde, o presidente da França visitará, no Congresso, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).>