Publicado em 16 de janeiro de 2023 às 05:00
A série The Last of Us que estreou no domingo, 15, é uma produção que retrata um cenário apocalíptico causado pelo fungo Cordyceps, capaz de transformar seres-humanos infectados em zumbis canibais.>
Mas será que esse vírus existe e pode ocasionar um apocalipse zumbi, assim como retratado na série?>
Sim, o fungo retratado na série existe: o Cordyceps, do filo Ascomycota, se destaca por ser um endoparasita de artrópodes, como formigas e larvas de mariposa. Ele infecta a vítima com seus esporos, mantendo o hospedeiro vivo por um determinado período.>
Quando o fungo se desenvolve dentro do corpo de formigas, ele consome suas estruturas musculares. Durante esse processo, a formiga mantém suas atividades normalmente. Mas cerca de duas semanas após a infecção, o fungo atinge o sistema nervoso central do invertebrado.>
Nesse momento, a formiga começa a se comportar de maneira estranha, apresentando movimentos trêmulos e frequentes, que resultam em convulsões.>
Logo depois, o inseto morre e, uma ou duas semanas depois, observa-se a formação do ascoma para fora do corpo do animal, que nada mais é do que uma estrutura de reprodução sexuada. Os novos esporos do fungo são produzidos e liberados para o ambiente, podendo infectar novas formigas.>
Então sim, o fungo pode causar um apocalipse zumbi, mas apenas de formigas. Não há relato de infecção similar em humanos, no entanto, ele possui outras finalidades e é bastante usado na medicina.>
O fungo Cordyceps é encontrado apenas no Himalaia e no planalto do Tibete. Ele é muito conhecido na medicina tradicional chinesa, japonesa, coreana e indiana. Na China, o Cordyceps chega a ser comercializado em pacotes que contêm a larva parasitada e o ascoma do fungo, e é considerado o item mais caro da medicina chinesa.>
Seu consumo é recomendado para tratar problemas de saúde como:>
No entanto, devido à sua popularidade na medicina tradicional e ao seu alto valor econômico, tem se observado uma queda na população do fungo. Além de sofrer com a coleta excessiva, ele também é afetado pelas mudanças climáticas. Hoje, o fungo é considerado uma espécie vulnerável.>
Com informações do Metrópoles >