Publicado em 5 de agosto de 2024 às 12:12
Uma jovem, de 25 anos, identificada como Kamila Rigobeli, foi parar na UTI após “exagerar” em uma aula experimental de spinning, em uma academia da sua cidade. Kamila foi hospitalizada após apresentar sintomas de rabdomiólise.
Kamila publicou um vídeo nas suas redes sociais, explicando que tudo aconteceu depois que ela foi fazer uma aula de bike indoor, pela primeira vez com uma amiga. A jovem relata que começou a sentir desconforto, ainda durante o treino e que, três dias depois, não conseguia mais ficar em pé, começando a urinar um líquido preto. Ao procurar ajuda médica, Kamila precisou ser internada na UTI porque os níveis de toxina liberada pela lesão muscular eram altíssimos.
O excesso de atividade física é apenas uma das causas da rabdomiólise, como explica a médica Isabela Carballal, endocrinologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, da rede Dasa. Segundo a médica, ainda é possível destacar, como motivo, lesão muscular por trauma, por exemplo, no caso de acidentes que levam a esmagamento de músculos; doenças endocrinológicas, como hipertireoidismo descompensado; medicamentos; crises convulsivas; uso de drogas ilícitas e doenças genéticas.
“As principais manifestações de sintomas são dor muscular intensa acompanhada de fraqueza e urina escura que acontece devido ao excesso de mioglobina na urina”, detalha Carballal. O tratamento, por sua vez, deve ser iniciado o mais rápido possível devido ao risco de insuficiência renal e necessidade de hemodiálise. “O tratamento consiste em hidratação venosa vigorosa inicialmente e podemos lançar mão de medicações para ajudar a eliminar o excesso de mioglobina e impedir as complicações possíveis”, acrescenta a endocrinologista.
Rabdomiólise, o que é?
É uma doença causada por lesão de fibras musculares. A lesão da musculatura gera liberação de grande quantidade de uma proteína chamada mioglobina no sangue que pode levar à disfunção renal.
Sinais de alerta
Dentro do “grupo de risco” da doença, estão homens com baixa aptidão física, com excesso de peso; pessoas em pós-operatório (principalmente de cirurgias longas); pessoas que fazem uso de drogas ilícitas ou de medicações para colesterol; atletas que praticam exercícios físicos extenuantes e vítimas de trauma. Contudo, pessoas sedentárias também exigem cuidado e atenção, conforme pontua Larissa Pacheco, CEO de estúdio de bike indoor.
“As pessoas sedentárias iniciam a prática de exercícios muito tarde e não levam em consideração o tempo que passaram sem ter estímulos. Além disso, normalmente, elas começam a praticar pelo fator “estético”, querendo acelerar o processo, sem respeitar a evolução da atividade, e acabam colocando a própria vida em risco”, explica.
Larissa chama a atenção para a importância de ter um profissional por perto para orientar e acompanhar a prática da atividade física e de sempre respeitar os limites do próprio corpo.
“É importante que a pessoa busque por profissionais e locais qualificados para tentar evitar isso, além de começar o exercício de forma leve e crescente. No caso de aulas coletivas, é necessário que os profissionais auxiliem o aluno que está começando, para que ele entenda os próprios limites. E o mais importante, quanto maior o tempo de vida ativa, menor o risco de passar por situações como essa. A vida ativa e equilibrada é sempre melhor que o sedentarismo, basta saber começar e ter constância nos treinos”, afirma.