Publicado em 21 de outubro de 2024 às 13:03
Um lavrador, identificado como Danilo Santos, vendeu seu voto por 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e madeira, em Nova Olinda do Maranhão, na última eleição para prefeito de municípios de todo o Brasil, que aconteceu no último dia 6 de outubro.>
Os mais de 14 mil habitantes da cidade, viveram a disputa pela prefeitura mais acirrada em todo o país. Uma diferença de dois votos deu a vitória ao candidato Ary Menezes (PP), eleito na disputa contra Thaymara Amorim (PL). Após a disputa apertada, alguns eleitores confessaram ter vendido o voto em favor de Ary Menezes, denunciando que passaram a receber ameaças e represálias, e Danilo Santos é um deles. Ele admitiu que foi procurado antes da votação e aceitou vender o seu voto.>
“Ary Menezes, com Ronildo, Cleo Barros, foram na minha casa, entendeu? Pra gente fechar um compromisso”, revelou, citando Ronildo da Farmácia (MDB), o vice de Ary Menezes, e Clecia Barros (Republicanos), aliada de Ary. Ele revelou que o trio perguntou o que ele queria em troca do voto. “Falei que era 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e a madeira da minha casa. Eles falaram para mim que se fosse só isso, já estava tudo comprado. Que no outro dia era para eu ir buscar lá no galpão”, contou.>
Danilo disse que não recebeu tudo o que foi prometido. E, por isso, mudou de ideia. E dois dias depois da eleição, um caminhão da prefeitura retirou as telhas da casa dele. "Como não me deram o material todo, ficaram me ameaçando”. Segundo Danilo, dois dias depois das eleições, o caminhão da prefeitura foi retirar o material do endereço dele.>
Outra eleitora, a pescadora Luciane Souza Costa, também foi ameaçada. Ela decidiu não votar em Ary e nem na vereadora indicada por ele depois que o marido dela recebeu dinheiro pela compra do voto. Imagens gravadas por Luciane mostram um homem, que tem o número do candidato a prefeito na camisa, a ameaçando. “Como eu não peguei o dinheiro, foi o meu marido que pegou, e eu postei nos meus ‘Status’ dando apoio para a minha vereadora, me ameaçaram de morte, eu, meu marido e minhas filhas. Que se a gente não votasse neles, eles iam matara a gente”.>
Em nota, o prefeito eleito Ary Menezes disse que “a compra e venda de votos compromete a democracia do pleito e deve ser apurada pela justiça eleitoral", e se colocou à disposição para esclarecimentos.>
Ronildo da Farmácia, o vice-prefeito eleito, negou as acusações. “Eu dou a garantia que da minha parte e da parte do Ary, 100% de certeza que não oferecemos dinheiro em troca de votos para ninguém. Fizemos uma campanha limpa, está entendendo?”>
A defesa de Clélia Barros disse em nota que “Clélia não tem conhecimento sobre a captação ilícita de votos apontada na reportagem”, e que “a cliente tem a vida pública pautada por honestidade, sempre respeitando os pilares da democracia”.>