Publicado em 23 de outubro de 2024 às 16:18
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recebeu nesta quarta-feira, 23, em sua residência oficial, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Os dois discutiram o projeto de lei de renegociação das dívidas dos Estados com a União. A proposta já foi aprovada no Senado e tramita em regime de urgência na Câmara.>
O chamado Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) é de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Os senadores aprovaram a proposta em 14 de agosto, e o texto ganhou urgência na Câmara em 9 de setembro.>
"Continuamos mantendo o diálogo com o governo mineiro e todos os outros entes federativos envolvidos na solução do problema que afeta a gestão dos governos estaduais", escreveu Lira, no Instagram, ao publicar uma foto da reunião com Zema.>
O governador, por sua vez, tem defendido a aprovação do texto da forma como foi aprovado no Senado. As dívidas estaduais somam R$ 765 bilhões, e 90% desse montante estão relacionados a Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.>
O projeto tem como principal objetivo permitir que os Estados mais endividados do País renegociem seus débitos. Como contrapartida para a redução do indexador da dívida, deverão fazer investimentos em áreas tratadas como fundamentais, prioritariamente o ensino médio técnico.>
Os Estados também terão de repassar um porcentual do que seria pago como juros da dívida para um fundo de equalização a ser dividido entre todos os Estados, inclusive os menos endividados>
Pela proposta que passou no Senado, os Estados terão de investir 2 pontos porcentuais do indexador da dívida em ações no próprio Estado e direcionar outros 2 pontos porcentuais ao fundo de equalização.>
A partilha dos recursos do fundo será feita da seguinte forma: 20% com base no inverso da relação entre Dívida Consolidada e Receita Corrente Líquida, ambos obtidos a partir do Relatório de Gestão Fiscal do fim do exercício anterior, e 80% com as regras do Fundo de Participação dos Estados (FPE).>
Há ainda uma espécie de "escada" para Estados que aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) manterem os benefícios ao entrarem no Propag.>
Essa "escada" permitirá que os entes federativos paguem um porcentual das parcelas ao longo de cinco anos. No primeiro ano após adesão ao Propag, pagarão 20% do valor da parcela. No segundo, 40%, no terceiro, 60%, e, por fim, no quarto, 80%. A partir do quinto ano, a parcela terá o valor integral.>
A proposta ainda permite que os Estados endividados possam usar os repasses pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, criado com a reforma tributária, para abater os débitos dos entes federados, mudança que causou estranhamento entre integrantes da equipe econômica.>