Publicado em 22 de agosto de 2024 às 12:57
A Polícia Federal (PF) apreendeu na última quarta-feira, 21, quase R$ 100 mil em espécie durante as diligências da Operação Fames-19, que investiga o suposto desvio de recursos da pandemia com a distribuição de cestas básicas no Tocantins. Na casa do alvo maior da ofensiva, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) a PF pegou R$ 35,5 mil, U$ 1 100 e 80 euros. No gabinete do mandatário, foram apreendidos R$ 32,2 mil, além de centenas de boletos de contas pagos em lotéricas, tanto do governador, quanto de terceiros.>
Em nota, Wanderlei diz que, à época dos fatos sob investigação, era vice-governador e "não era ordenador de nenhuma despesa relacionada ao programa de cestas básicas no período da pandemia". "Como todos já sabem, a única alusão ao meu nome em toda essa investigação foi a participação num grupo de consórcio informal de R$ 5.000,00 com outras 11 pessoas, no qual uma delas era investigada", afirmou.>
Outro alvo da operação que teve dinheiro confiscado pela PF foi João Coelho Neto, apontado como um "laranja" no esquema que envolvia a contratação de "empresas previamente selecionadas" que não entregavam todas as cestas básicas contratadas pelo Estado, mas ficavam com a íntegra do pagamento. Com de João Coelho Neto foram apreendidos R$ 24.365,00.>
Segundo a Polícia Federal, João Coelho Neto responde a uma ação penal por extorsão e ameaça junto do ex-policial Wolney Max de Souza, pai do assessor especial de Wanderlei, Warks Marcio Souza Segundo o inquérito, a dupla teria ameaçado um outro laranja do esquema sob suspeita em razão de uma "disputa pelos contratos fraudulentos de fornecimento dos quais seriam extraídas vantagens ilícitas".>
Os valores foram apreendidos após o ministro Mauro Campell, que assume a presidência do Superior Tribunal de Justiça nesta quinta-feira, 22, autorizar a PF a vasculhar 42 endereços para investigar os desvios com a distribuição de cestas básicas durante a pandemia. Além de Wanderlei, a família do governador foi alvo da operação, a primeira-dama Karynne Sotero Campos e os filhos do casal, o deputado Leo Barbosa (Republicanos) e Rérison Antonio Castro Leite, diretor superintendente do Sebrae.>
Entre os alvos da ofensiva também constam os nomes de José Messias Alves de Araújo, ex-secretário estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social; Senivan Almeida de Arruda, ex-controlador-geral do Estado; Liel Bezerra Bekman Cardoso, mulher do deputado estadual Cleiton Cardoso de Almeida (Republicanos) e mãe do vereador Pedro Cardoso (Republicanos); Joseph Ribamar Madeira, presidente da Associação Comercial de Palmas.>