Senado adia votação para mudar Lei da Ficha Limpa e favorecer políticos

Falta de acordo empurra projeto que altera começo da contagem de prazo de inelegibilidade de condenados

Publicado em 19 de março de 2025 às 09:06

Falta de acordo empurra projeto que altera começo da contagem de prazo de inelegibilidade de condenados 
Falta de acordo empurra projeto que altera começo da contagem de prazo de inelegibilidade de condenados  Crédito: Agência Brasil

O Senado adiou na terça-feira (18) a votação do projeto de lei complementar 192 de 2023, que antecipa a contagem de início e o prazo de duração da inelegibilidade estabelecido pela Lei da Ficha Limpa. Caso aprovado, o texto beneficiaria políticos condenados pela Justiça.

O projeto começou a ser debatido durante sessão, não teve acordo e teve de ser postergado. O relator da proposta, Weverton (PDT-MA), pediu mais tempo para convencer os colegas sobre o conteúdo. A resistência veio majoritariamente de senadores de PSDB, Novo e MDB.

ENTENDA

Hoje, a lei define que o político que se tornar inelegível (ficar impedido de se candidatar) não poderá concorrer nas eleições que se realizarem durante o restante do mandato e nos próximos 8 anos ao término da atual legislatura, caracterizada pelo período de 4 ou 8 anos.

A proposta debatida pelo Senado determina que o período de inelegibilidade passaria a ser único, de 8 anos, contados a partir da data da decisão que decretar a perda do mandato, da data da eleição na qual se deu a prática abusiva, da data da condenação por órgão colegiado ou da data da renúncia ao cargo eletivo, conforme o caso. 

Com isso, o começo do prazo de inelegibilidade seria antecipado. As novas regras, caso o projeto vire lei, terão aplicação imediata, até mesmo para condenações já existentes. O texto determina também que, caso o político tenha condenações posteriores, a inelegibilidade será unificada em até 12 anos.

Com informações do Poder 360