As condições atuais do cenário econômico brasileiro, com uma desvalorização de 6% do dólar em um intervalo de 45 dias — aliadas à pressão que os preços começam a sofrer desde já em decorrência do mercado de trabalho aquecido —, fizeram com que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen) não tivesse outra opção que fosse elevar a taxa básica de juros, a Selic, em mais de 0,5 ponto porcentual (p.p.), chegando a 11,25%. Na visão da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a medida é apenas consequência natural do contexto presente, pois não bastassem as questões internas, a Selic já é o primeiro impacto do resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos, uma vez que o governo Trump pode ser marcado pela implementação de tarifas protecionistas e, em paralelo, por nenhuma perspectiva de ajuste fiscal, fazendo com que a potência econômica do mundo se torne um país inflacionado. O efeito disso são juros altos no longo prazo e, por consequência, câmbio valorizado em relação ao real. O Copom, certamente, já mediu esses efeitos.