Publicado em 6 de março de 2025 às 12:03
A Caravana Climática Rumo à COP 30, iniciativa do Governo do Pará por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), pretende sensibilizar, mobilizar e formar lideranças indígenas – tanto jovens quanto adultos – para os debates da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025, conhecida como “COP das Florestas”. O evento acontecerá em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.>
O projeto levará informações sobre a conferência e seus principais temas diretamente aos territórios indígenas. As caravanas percorrerão as etno-regiões do estado para preparar e qualificar representantes indígenas para participação ativa nos espaços de incidência da conferência. A iniciativa conta com o apoio do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e da deputada federal Célia Xakriabá.>
“É uma iniciativa muito importante da Sepi, porque a COP é um momento muito esperado por todos os indígenas. Vamos levar para dentro dos territórios o máximo de informações sobre a temática”, disse Laysa Martins, coordenadora de Planejamento e Desenvolvimento da Sepi.>
Embora os povos originários do Pará desempenhem um papel fundamental na preservação do meio ambiente, muitas lideranças sentem a necessidade de formação para promover engajamento ambiental de forma ativa, nas discussões globais e defender seus direitos e conhecimentos.>
“Já que não poderemos trazer todos os indígenas para a capital paraense, entre as iniciativas está formar ‘delegados’, que são pessoas que já tenham uma formação política, conhecimentos ambientais para representar suas respectivas etno-regionais, e que eles participem das mesas de discussões durante a COP, para fazerem incidência política e nas tomadas de decisões, com suas próprias vozes e serem ouvidos sobre suas demandas”, destacou.>
Outro objetivo é formar um grupo de 20 jovens e mulheres indígenas em comunicação e produção audiovisual, para saberem usar os meios de mídias digitais, principalmente, para que eles possam produzir conteúdos sobre diferentes vertentes, com pautas ambientais. “Mais importante do que isso, ao final das caravanas e durante a conferência, queremos lançar um documentário sobre como foi todo o processo de sensibilização, de como foi eles receberam essas informações e como foi a formação, preparação e capacitação deles, contando as narrativas. Porque a comunicação é uma ferramenta de luta”.>
A menos de 300 dias para a COP 30, temas como demarcação ambiental, preservação e bioeconomia são pautas que sempre se entrelaçam com os povos originários. Ter esse espaço para debate envolve um tema que sempre será foco dos povos indígenas.>
“É importante assegurar políticas públicas e os direitos territoriais, com a demarcação das terras indígenas. Então, hoje, o nosso foco primordial é a demarcação deles. A gente quer falar sobre a bioeconomia, sobre o reflorestamento e do ‘reflorestar mentes’, para acabar com os garimpos e reduzir os impactos ambientais, que já foram causados pelo desmatamento e dentro da nossa sociedade”, concluiu.>
Programação>
A primeira parada da caravana será na Aldeia Pykatoti, em Novo Progresso, sudeste do Pará, entre os dias 13 e 18 de março. Em seguida, em abril, passará por São Félix do Xingu, Oriximiná. Já em maio, será em Santarém e Jacareacanga. Em junho, Tucuruí e Altamira e por último, em julho, em Paragominas. Todas as datas, exceto a primeira, serão divulgadas em breve pelo Governo do Estado.>