Descarte de lixo nas praias: boas práticas em destinos turísticos previnem a proliferação de doenças e acidentes

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Secretaria de Saúde do Pará orienta banhistas sobre a importância de cuidar do meio ambiente para manter a boa saúde física e alimentar

O período de férias escolares e verão na Amazônia atrai turistas que viajam por todo o Pará. Alguns deles são paraenses, pessoas de vários estados brasileiros e até mesmo de outros países, que buscam relaxar e se divertir nos balneários, praias, ilhas e outras atrações locais.

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Apesar do grande movimento na economia e turismo do estado, a luta contra o descarte de lixo nos locais públicos ainda é grande. Campanhas de conscientização contra os impactos ambientais causados pelo turismo tem sido desenvolvidas por órgãos municipais, estaduais e ativistas ambientais, que alertam os visitantes para um turismo consciente.

Essa questão do turismo consciente acaba influenciando inclusive na saúde dos viajantes e da população local. Observando a situação a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) vem alertando sobre medidas a serem tomadas por todos para evitar o aumento do número de pessoas com doenças causadas pela sujeira acumulada nestes locais.

A Sespa ressalta que, infelizmente, não é incomum deparar-se com notícias e imagens que demonstram o impacto negativo da presença de turistas em destinos populares no Pará no mês de julho. As praias, por exemplo, convivem com toneladas de lixo jogados após a passagem de viajantes pelos locais. Este cenário repete-se em diversos destinos em todos os finais de semana de julho e feriados.

Segundo Roberta Souza, coordenadora da Vigilância em Saúde Ambiental (Visamb) da Sespa, o acúmulo de resíduos e dejetos produzidos pelos turistas aumentam as chances de proliferação de insetos e roedores que podem causar doenças graves. Além disso, objetos de vidro e outros materiais cortantes podem causar acidentes com risco de infecções sérias e também dermatites.

“O aumento de resíduos espalhados pelo meio ambiente nos destinos turísticos pode causar doenças sérias e acidentes graves. Doenças diarreicas agudas e dengue são só algumas das enfermidades que podem ser causadas pelo acúmulo de dejetos e o descarte inapropriado de vasilhames, garrafas e etc”, afirmou.

O advogado Lucas Santa Brigada, 31 anos, sofreu um acidente em salinas por causa de um pedaço de garrafa de vidro descartada de forma irregular. ” Em 2019 fomos passar o mês de julho em salinas. Em determinado momento, andando pela praia do Atalaia, pisei em um caco de vidro de uma garrafa de cerveja quebrada que rasgou meu pé. Precisei ir ao hospital da cidade e levar pontos, além de ter estragado as férias”, relata.

Além da consciência de não descartar lixo em locais inapropriados, outra recomendação importante da coordenadora a ser seguida pelos turistas é que não façam necessidades fisiológicas em locais que não os banheiros disponíveis nas praias e balneários, aumentando assim a chance de contaminação dos viajantes e da população local.

Turistas reclamam de lixo nas Praias

A preocupação em torno das praias, rios e ilhas é grande, uma vez que os resíduos descartados são levados até o mar, rios e seus afluentes e podem acabar no sistema digestivo de animais aquáticos, ocasionando até mesmo a morte. Nas redes sociais imagens das praias de Salinópolis e Mosqueiro com as faixas de areia cobertas por lixo viralizaram nos dois primeiros finais de semana de julho e uma enxurrada de comentários denuncia que os próprios turistas sujam os locais.

A advogada Camila Canto, 31 anos, relata que ao visitar praias em Mosqueiro e no Marajó, agora em julho, observou bastante lixo espalhado na areia. “Pelo que eu percebi as pessoas consumiam seus refrigerantes, cervejas e comidas de praia e descartavam ali pela areia mesmo. Quem se preocupa em limpar são os comerciantes das barracas, os turistas não se preocupam com isso. Principalmente em Mosqueiro. É lastimável, as pessoas não tem nenhum senso de coletividade, de que é um ambiente público e que todo mundo tem que fazer sua parte de não deixar lixo pela rua, pelas praias. Que isso é perigoso e pode até gerar problemas de saúde. As pessoas pensam nos ambientes públicos como se fossem de outros, e não como se fossem de todos”, desabafa.

Natália Amorim, advogada belenense, que visitou as praias de Salinópolis também agora em julho, comentou sobre a grande quantidade de lixo deixada na areia pela população. “Além dos turistas não recolherem os lixos, não vi em momento algum coleta de lixo por parte da prefeitura. Acredito que existem duas ausências fundamentais: a primeira do poder público, onde não educa a população e não mantém os serviços básicos de limpeza devidos. A segunda sendo a própria população no geral, que em razão do egoísmo e da falta de educação coletiva básica, não procura fazer o seu dever cívico”, destaca.

A mesma situação continua sendo relatada por turistas em diversas praias, balneários e rios em todo o estado. Ainda que governo e prefeituras realizem mutirões de coleta adequada e conscientização ambiental a população e os turistas devem colaborar para que a realidade mude. O esforço deve ser coletivo.

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