Publicado em 15 de novembro de 2024 às 07:49
A participação da comitiva do Governo do Pará na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29), em Baku, no Azerbaijão, tem representado grandes oportunidades, acordos, projetos e parcerias ambientais para o evento do próximo ano, em Belém. Uma dessas iniciativas significativas para os povos originários foi o lançamento da Câmara Setorial de Povos Indígenas do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL), na última quarta-feira, 13, no "COP 30 Day".
No terceiro dia da programação, a plataforma foi lançada durante painel para garantir ainda mais o protagonismo dos povos indígenas durante as deliberações sobre políticas públicas dentro dos territórios. Debater sobre a importância de promover as vozes e os lugares de fala dos povos originários é garantia de direitos de inclusão, de preservação ambiental e do conhecimento tradicional milenar dos indígenas.
Para a secretária Puyr Tembé, titular da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (SEPI), a construção dessas políticas públicas na busca por um futuro mais sustentável deve sempre preservar os territórios e os modos de vida tradicionais dentro dos territórios.
"A iniciativa do consórcio com essa criação traz esse protagonismo que nós, indígenas, devemos ter durante qualquer processo de implementação de políticas públicas. Nós estamos nesse processo de construção há muito tempo e precisamos colaborar com os nossos conhecimentos tradicionais, sendo ouvidos e respeitados, para ajudar nessa preservação dos nossos territórios e manter a floresta viva e em pé", disse.
Conforme a titular, celebrar a participação dos indígenas com participação ativa é uma das prioridades durante a COP 30. "Todos terão a oportunidade de conhecer o Pará, a Amazônia e perceber os desafios da nossa região. A próxima COP terá várias pautas indígenas e não devemos esquecer que uma das principais será a demarcação dos nossos territórios. Com um território demarcado, você conquista políticas públicas", pontuou.
O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal é formado por nove estados: Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Amazonas, Tocantins, Acre, Mato Grosso e Maranhão. Ao todo eles ocupam cerca de 59% do território do país.
Entre as diretrizes do CAL está acelerar o desenvolvimento sustentável dessas regiões, de forma integrada e cooperativa, conforme os desafios regionais para tornar a Amazônia Legal sustentável até 2030.