Publicado em 27 de março de 2025 às 18:47
Nesta sexta-feira (28), dia em que a Polícia Federal comemora 81 anos de criação, a PF no Pará irá apresentar um projeto inovador que utiliza maconha apreendida como matéria-prima para a geração de biocombustível. O estudo, intitulado “Projeto Cannabiocombustível”, foi desenvolvido com apoio das Universidades Federais do Pará (UFPA) e de Santa Catarina (UFSC), com o objetivo de transformar a droga em fonte de energia renovável.>
O Perito Criminal Federal Antônio Canelas explica que o reator empregado na pesquisa já tem produzido bio-óleo, que pode ser destilado para a obtenção de gasolina, diesel e querosene verdes. No entanto, o estudo ainda está em fase de ajuste para aprimorar o processo e garantir um combustível com melhor rendimento e qualidade.>
Além do bio-óleo, o processo também gera subprodutos como o biocarvão, que pode ser utilizado para a despoluição de águas residuais ou como fertilizante, e um condensado aquoso, conhecido como vinagre pirolítico, que pode servir como conservante de alimentos ou fungicida.>
A pesquisa foi iniciada há cerca de dois anos no Laboratório da Superintendência da Polícia Federal no Pará e ainda está em fase inicial. As aplicações dos produtos gerados continuam sendo estudadas, incluindo a possibilidade de descoberta de propriedades medicinais no bio-óleo.>
A iniciativa também visa oferecer uma solução para o armazenamento e a logística de drogas apreendidas, reduzindo a necessidade de espaço e prevenindo invasões a delegacias para o resgate de entorpecentes. Além disso, evita a necessidade de grandes deslocamentos para incineração, o que também resulta em economia para a administração pública.>
A cidade de Belém, que sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em 2025, pode se beneficiar da inovação, que representa um passo importante na produção de energia renovável. O processo de conversão da droga em biocombustível pode atingir temperaturas de até 500ºC e, conforme a capacidade do reator, processar mais de 1.000 quilos da substância em 24 horas.>
O estudo conta com a colaboração dos professores Dr. Nélio Teixeira (UFPA), Dr. Adriano da Silva e Dra. Ana Immichi Bueno (UFSC).>