O advogado Adaian Lima, que faz parte da defesa de Renan Braga, de 22 anos, suspeito pelo desaparecimento de Elisa Ladeira Rodrigues, de 2 anos, em Anajás, no Marajó, disse que Renan não tinha histórico de problemas de saúde. Ele foi encontrado morto na Central de Triagem da Marambaia, após passar mal, em Belém, nesta segunda-feira, 25.
Renan Braga foi transferido para a Central de Triagem da Marambaia, ainda na madrugada do último domingo, 24, após se entregar à Polícia Civil, na tarde desta sexta-feira, 22. A audiência de custódia foi marcada para a tarde de domingo.
Segundo o advogado de defesa, Adaian Lima, durante a conversa com o juiz, Renan afirmou ser inocente e disse que fugiu por sentir medo da população e repercussão do caso. Além disso, Renan contou que passou mal e desmaiou duas vezes na madrugada de sábado para domingo.
Ele também teria relatado que não conseguia se alimentar. Segundo o advogado, durante a audiência de custódia, Renan desmaiou, foi encaminhado para atendimento médico, recebeu alta e voltou para a unidade às 18h, onde foi encaminhado para a cela. “Na manhã de segunda-feira, 25, me ligaram informando que ele foi encontrado morto, por volta de 1h30, os agentes passaram pela cela e viram que ele não se mexia”, disse o advogado.
Quando perguntado se havia outros presos na cela, o advogado disse que a informação não foi divulgada, pois está sob investigação, mas ressaltou que o pedido de cela exclusiva, sem presença de outros presos, foi feito devido à gravidade da repercussão do caso. “O que posso afirmar é que o artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, combinado com o artigo 43 do Código Civil, afirma que a responsabilidade objetiva sobre situação de custódia é do estado, quando a pessoa encarcerada. O estado deve mostrar o motivo da causa/morte”, afirma.
Pós-morte
Após a morte do suspeito, a defesa solicitou à Secretaria de Segurança Pública do Estado a continuidade das buscas da criança. Segundo o advogado Adaian Lima, a família de Renan também atua nas buscas. “O que eu vou trabalhar, é que mesmo o meu cliente estando morto, provar que ele não teve culpa e responsabilidade por esse desaparecimento”, finaliza.
O caso
Elisa desapareceu por volta das 10h do sábado, 16, quando brincava com outras crianças em uma trilha conhecida na Vila Carmelo, na comunidade do Zinco, no Alto Rio Anajás, segundo informações do Conselho Tutelar. Até o momento, a criança não foi encontrada.
Já no domingo, 17, uma intensa força-tarefa foi mobilizada na região, com equipes de busca e resgate dedicadas a vasculhar a área em busca de rastros que possam levar à localização da criança. Bombeiros Militares de Breves e policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) da PM foram integrados aos trabalhos de busca. Moradores também se mobilizaram para ajudar a encontrar a criança.
Na terça-feira, 19, Renan Braga e Fabiano foram presos suspeitos pelo desaparecimento de Elisa. Fabiano foi interrogado e liberado após as investigações apontarem que ele não teria envolvimento no caso. Na quarta-feira, 20, durante uma reconstituição no local onde a criança sumiu, Renan conseguiu fugir da polícia. Na última sexta-feira, 22, Renan se entregou à Polícia Civil e compareceu acompanhado de um advogado.
