Ouça: suspeito por desaparecimento de criança de 2 anos no Marajó afirmava que ela está viva, diz advogado

Renan Braga, de 22 anos, suspeito pelo desaparecimento de Elisa Ladeira Rodrigues, de 2 anos, em Anajás, no Marajó, afirmava que a criança está viva, segundo o advogado Adaian Lima, que faz parte da defesa de Renan. Em entrevista ao portal Roma News nesta terça-feira, 26, o advogado contou detalhes sobre as...

Publicado em 26 de junho de 2024 às 12:19

Renan Braga, de 22 anos, suspeito pelo desaparecimento de Elisa Ladeira Rodrigues, de 2 anos, em Anajás, no Marajó, afirmava que a criança está viva, segundo o advogado Adaian Lima, que faz parte da defesa de Renan. Em entrevista ao portal Roma News nesta terça-feira, 26, o advogado contou detalhes sobre as alegações do cliente e revelou o motivo de Renan ser considerado o principal suspeito no caso. (Ouça abaixo)

'Ele sempre negando todos os fatos. O Renan afirmava categoricamente que a criança está viva, que ele não tinha feito aquilo. Ele disse: 'doutor, não encerre as buscas, vão atrás', era o que ele me falava constantemente, inclusive em audiência ele fez isso por isso estou externando', revelou Adaian.

Ao ser perguntado o motivo de Renan ter sido considerado o principal suspeito pelo desaparecimento de Elisa, o advogado disse que foi pelo fato do cliente ter sido o último adulto que viu a criança. 'Ele estava buscando madeira (porque estava construindo uma casa para ele) com um búfalo e as crianças são curiosas e costumam ir atrás do animal, sobem nele e, em determinado momento do caminho, Renan percebeu que 7 crianças o estavam seguindo. Aí ele parou o búfalo e disse: 'não quero vocês aqui, vocês vão se machucar, é melhor vocês voltarem'. No meio desses, encontrava-se a criança de 2 anos. Mais a frente, ele ouviu o choro de uma criança e, quando olhou para trás, viu que duas crianças ainda estavam seguindo. Inclusive há depoimentos formalizados afirmando que tinha um outro homem, outra pessoa que eles apontam no depoimento, eles dizem que não sabiam quem era o homem, mas o Renan disse para as crianças: 'voltem'. E ainda perguntou: 'cadê a pequenininha?' e as crianças responderam: 'já foi'. Depois disso, ele seguiu o percurso dele, pegou a madeira e retornou. Em seguida, ele foi até o pai da criança (que é cabeleireiro e estava trabalhando) e perguntou 'tu viste a menina?' e o pai respondeu 'não vi' e continuou cortando o cabelo até porque é natural elas (as crianças) saírem para brincar. Passados uns 20 ou 30 minutos, eles sentiram falta da menina e começaram a procurar, coisa que está sendo feita até hoje', contou Adaian Lima.

Ouça:



Renan Braga morreu na Central de Triagem da Marambaia, em Belém, na madrugada dessa segunda-feira, 25. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Renan passou mal, foi encaminhado para atendimento médico, recebeu alta e voltou para a unidade, mas na madrugada o óbito foi registrado. A Polícia Civil informou que um inquérito foi instaurado para apurar a causa da morte.

Pós-morte

Após a morte do suspeito, a defesa solicitou à Secretaria de Segurança Pública do Estado a continuidade das buscas da criança. Segundo o advogado Adaian Lima, a família de Renan também atua nas buscas. 'O que eu vou trabalhar, é que mesmo o meu cliente estando morto, provar que ele não teve culpa e responsabilidade por esse desaparecimento', afirmou.

O caso

Elisa desapareceu por volta das 10h do sábado, 16, quando brincava com outras crianças em uma trilha conhecida na Vila Carmelo, na comunidade do Zinco, no Alto Rio Anajás, segundo informações do Conselho Tutelar. Até o momento, a criança não foi encontrada.

Já no domingo, 17, uma intensa força-tarefa foi mobilizada na região, com equipes de busca e resgate dedicadas a vasculhar a área em busca de rastros que possam levar à localização da criança. Bombeiros Militares de Breves e policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) da PM foram integrados aos trabalhos de busca. Moradores também se mobilizaram para ajudar a encontrar a criança.

Na terça-feira, 19, Renan Braga e Fabiano foram presos suspeitos pelo desaparecimento de Elisa. Fabiano foi interrogado e liberado após as investigações apontarem que ele não teria envolvimento no caso. Na quarta-feira, 20, durante uma reconstituição no local onde a criança sumiu, Renan conseguiu fugir da polícia. Na última sexta-feira, 22, Renan se entregou à Polícia Civil e compareceu acompanhado de um advogado.

. Crédito: .

Adaian Lima, advogado de defesa de Renan Braga. (Foto: arquivo pessoal)