Assunto gerou discussão entre empresários e produtores da região
O embarque e desembarque do açaí, fruto responsável por movimentar grande parte da economia de Igarapé-Miri, no nordeste paraense, agora será taxado no município. A cobrança foi debatida em uma reunião entre a prefeitura, produtores, atravessadores e empresários, na última terça-feira, 21.
Igarapé-Miri é conhecida como a capital do açaí, e concentra um dos maiores polos de exportação do açaí no estado. Segundo a justificativa do prefeito, Roberto Pina, essa é uma forma da atividade contribuir para o desenvolvimento do município.
“Essa reunião foi para buscar formas de contribuir para o município, para que o nosso açaí deixe alguma coisa para o nosso município. Tem gente que acha que está errado, tem gente que acha que está certo, mas estamos construindo esse diálogo”, declarou.
A cobrança será baseada na Lei Municipal nº 5.111/2016, e um Decreto Municipal (nº 027/2022), que estabelece prazo para cadastramento de usuário e da taxa para embarque e desembarque/carga/descarga de açaí nos portos no município de Igarapé-Miri, está em vigor na cidade.
Apesar do assunto ter gerado resistência em alguns empresários do ramo, o secretário de Desenvolvimento do município, Ismael Araújo, a lei é importante para melhorar ponto como a qualidade da produção.
“Nós somos a capital mundial do açaí, mas precisamos melhorar muito o processo de infraestrutura, logística, do escoamento da produção, e uma série de outras necessidades que o município tem”, disse o secretário.
Para os produtores da região, existe uma desigualdade no lucro que gira em torno da produção do açaí. “Não dá para meia dúzia de pessoas se dar bem com a produção do açaí, e nós que estamos aqui, só com terçado na mão, continuarmos com o pé na lama”, disse Josivaldo, produtor de açaí que é a favor da taxação.
Do outro lado, empresários reclamam que com a taxação, parte da exportação pode cair e o lucro também.